domingo, 9 de março de 2008

MILENA - Feminista, socialista, MULHER

MADALENA (Freire de Avelar) BARBOSA - MILENA - deixou-nos no dia 21 de Fevereiro. A três semanas de completar os 66 anos de idade ...

Com o seu desaparecimento, calou-se uma das vozes mais respeitadas da luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens.



Feminista, Socialista e Mulher ...


... Madalena Barbosa nasceu em Faro a 13 de Março de 1942. Cresceu e fez-se adulta em Luanda. Veio para Lisboa em 1964, já com duas filhas. A estas juntaram-se, em Lisboa, mais duas raparigas e dois rapazes. Começou a sua militância em Abril de 1974. Co-fundou o Movimento de Libertação das Mulheres e todos os movimentos feministas que se lhe seguiram. Nos anos 80, integrou a Comissão da Condição Feminina, actual Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, onde trabalhou até agora. Dirigiu, coordenou e elaborou vários estudos sobre mulheres em Portugal, que estiveram na base de medidas legislativas reconhecedoras da igualdade entre sexos na sociedade portuguesa, em áreas diversas como os direitos humanos, o trabalho, a pobreza, a saúde, a sexualidade. Representou Portugal e a União Europeia em várias cimeiras e conferências internacionais, nomeadamente em Nova York.
Audodefiniu-se um dia como: “Feminista, socialista e mulher, chamada em outros lugares do mundo gender expert”.

No dia em que Milena nos deixou, foi apresentado, em Lisboa, na antiga Fábrica de Braço de Prata, o livro “Que Força é Essa”, um livro de crónicas e textos de reflexão da autora sobre temas que vão das questões do feminismo, igualdade e estudos de género, à historia, à educação, ao trabalho, família e conciliação, à participação cívica e política, à saúde sexual e reprodutiva, à violência e ao aborto.

Segundo as suas próprias palavras são «textos escolhidos das minhas revoltas, textos escritos para perceber, analisar. Fase jornal, fase CIDM. Separados, como devem ser - opinião e saber. Por vezes tocam-se e o saber junta-se à opinião».

Na apresentação do livro, a voz de (Maria) Isabel Barreno. Numa página do livro, a voz de uma outra Maria, a Maria Teresa Horta, que dedicou a Milena o poema "Feminista":

« Se porque penso

existo

e se existo porque penso

Como mulher

eu resisto

porque existo e dou exemplo »

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