segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Breves Apontamentos ...

Duas semanas passaram já sobre a data em que editei a última mensagem …

Neste período, vários foram os momentos que gostaria de ter registado, e só não o fiz por manifesta falta de disponibilidade.

Aos segundos, sucedem-se os minutos, a estes, as horas, os dias, as semanas … e quando damos por isso, sentimos a ausência da escrita livre, sem a ditadura da data dos compromissos, mas temos que fazer escolhas: primeiro o dever, depois o prazer.

Deixo, por isso, aqui hoje, apenas uns breves apontamentos sobre cada um desses momentos, vividos - e reflectidos - neste período:

I. O Colóquio sobre a Mulher nas Religiões, organizado pelas Mulheres Socialistas

Um espaço de conhecimento e reflexão muito participado. À intervenção do Dr. Mário Soares, seguiu-se um olhar académico sobre esta temática menos explorada pelos Historiadores, Sociólogos, Etnólogos, Teólogos e todos aqueles que já dedicaram algumas palavras ao assunto. Depois, foi a vez das próprias religiões se auto-retratarem, se questionarem se a Mulher é mesmo tratada em pé de igualdade com o Homem no seio da sua igreja (cristã ou não). Os diferentes olhares, as diferentes crenças, as diferentes tradições. Finalmente, a voz ao público, os testemunhos, as perguntas (umas mais incómodas que outras) e a difícil tarefa de uma jornalista a tentar fazer a síntese. Mas será que a síntese é possível ? A própria jornalista – que fez aliás, um excelente trabalho – assumiu essa impossibilidade e, por isso, lançou novas perguntas no ar. Para um outro momento de debate, sugeriu.
Este Colóquio foi, por isso, o arranque para um debate mais aprofundado sobre esta outra dimensão da Igualdade entre Homens e Mulheres. E valeu a pena !

II. Um Debate na Associação 25 de Abril

Foi ao final da tarde do último dia de Novembro. Poderia ter sido mais participado - tinha todos os ingredientes para chamar mais cidadãos e cidadãs à casa dos nossos “Capitães de Abril” – mas, infelizmente fomos poucos e poucas os que lá se deslocaram.
Numa iniciativa paralela à realização de uma feira do livro (com títulos muito apelativos sobre as temáticas castrense, política e de cidadania), a Associação 25 de Abril promoveu um debate com a participação de Luísa Carrilho, autora do livro "Generais e Almirantes de Amanhã – As Forças Armadas no Feminino", de que já aqui falei, e Margarida Calafate Ribeiro, a autora de um outro livro - “África no Feminino – As Mulheres Portuguesas e a Guerra Colonial” - que relata a história das mulheres que, por amor, deixaram o seu país e partiram rumo à guerra colonial (1961-1974), para acompanhar os maridos que combatiam naquele continente.






Vasco Lourenço abriu a sessão, Pezarat Correia apresentou uma análise sobre o livro de Luísa Carrilho, depois foi a vez da autora lançar também algumas pistas de leitura, o mesmo acontecendo com Margarida Calafate Ribeiro. No final, o debate, as diferentes perspectivas sobre um mesmo tema. Mais uma dimensão diferente do papel das Mulheres, mais um momento que valeu a pena !

III. Uma Data – 1 de Dezembro, Dia Mundial da Luta contra a Sida

Um momento muito sério. Um momento em que é preciso parar, para reflectir. Onde é que falhámos ? …
Só no nosso país, estavam mais de 32 mil casos de HIV/Sida notificados até finais de Setembro deste ano.
Segundo dados tornados públicos, só nos primeiros nove meses foram notificados 1.766 novos casos de HIV/Sida, o que equivale a 6,5 casos registados por dia.
Segundo Elizabeth Pádua, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge «o número de casos nos heterossexuais está a subir, tendo ultrapassado o grupo dos toxicodependentes em 2002 e atingindo já 70 por cento dos casos notificados».
Mas o HIV/Sida não é um problema do nosso país. É um problema que afecta TODOS e TODAS que habitam este Mundo global.
De acordo com informação prestada pela Associação para o Planeamento Familiar, «cerca de 36 milhões de pessoas vivem com VIH/SIDA e 55% dos casos são MULHERES entre os 15 e os 45 anos e destes 60% são MULHERES jovens de países em desenvolvimento.
Estima-se que 80% da infecção por VIH/SIDA ocorreram através de relações sexuais heterossexuais, 12 a 15% por transmissão vertical e 2% por transfusões de sangue, partilha de material infectado, entre outros.
Hoje, apenas uma em cada cinco pessoas em todo o Mundo tem acesso a prevenção, informação e serviços sobre VIH/SIDA
».
Vale a pena, por isso, registar aqui mais uma iniciativa da APF, que assinala a data, difundindo um postal onde se recorda que o combate ao HIV/Sida é um dos objectivos de desenvolvimento do milénio até 2015.




Também o Grupo Socialista no Parlamento Europeu (PES) tomou uma iniciativa ao nível da prevenção deste verdadeiro flagelo que é o HIV/Sida.




No âmbito do Dia Mundial da Luta contra a Sida, lançou uma petição on-line - «Cut AIDS, Cut VAT on Condoms» -, solicitando aos Estados-Membros da União Europeia que reduzam a taxa de IVA que é aplicada aos preservativos para 5% (taxa mínima). Esta petição – a que também me associei – terá sido apresentada, no dia 1 de Dezembro, aos Ministros das Finanças dos 27 Estados-Membros.